Acho que minha pesquisa de campo se iniciou na própria mudança para Belém em 5 de janeiro. Depois de mais de dez anos longe, voltar para a sua terra é sempre um conhecido estranhamento. Reviver e ressentir o clima, os afetos, os lugares, a memória presentificada já é uma experiência e tanto, e só não me perdi nesse labirinto porque a pesquisa me deu um fio de Ariadne.
Como estava com uma boa internet e a Universidade estava fechada por conta dos preparativos para o Forum Social Mundial, iniciei em janeiro o trajeto caseiramente. Busquei via net e via leituras, tudo o que poderia levantar sobre o histórico da Vale - corte diacrônico - e também tudo o que era publicado na grande mídia sobre a cia. - corte sincrônico.
O Forum Social Mundial foi a experiência incrível que já descrevi aqui. O tom anticapitalista dominante do evento me fez olhar o reverso do foco desta pesquisa, e foi muito enriquecedor acompanhar todos os discursos, manifestações e mobilizações contra a Vale, além de identificar as opiniões dos representantes do Poder Público, dos Movimentos Sociais (em especial do Justiça nos Trilhos) e das ONGs em relação a Cia.
Em janeiro e fevereiro a Vale lançou uma grande campanha nacional de publicidade enfatizando seu compromisso com a sustentabilidade, e eu salvei tudo para inserir na pesquisa. Esperava ir em março a Paruapebas mas o excesso de chuvas que se estendeu até junho me fez adiar meus planos.
Em abril, por conta de estar literalmente hibernando na biblioteca do NAEA, decidi criar este blog, de forma que pudesse documentar e compartilhar toda a trajetória da pesquisa.
Em maio, fui a São Paulo participar do II Forum de Comunicação e Sustentabilidade e ao Rio, participar do Intercom Sudeste, importantes congressos da área.
Justifico não ter procurado a Vale nesse período porque tinha decidido primeiro ir a Parauapebas e Carajás, fazer um reconhecimento de campo e escutar as pessoas ainda sem ter ouvido a companhia. E foi o que fiz em fins de junho, ao viajar de carro para a região e ter ali permanecido uma semana. A viagem foi importante para reconhecer o campo, mapear os envolvidos com os projetos de sustentabilidade da Vale, conversar informalmente com moradores e pessoas ligadas direta e indiretamente à companhia, além de me localizar geograficamente em relação ao território a ser estudado.
Entre as visitas, destaco as realizadas à serra e ao núcleo urbano, a comunidade de Palmares II (Assentamento do MST), à Estação ferroviária,a casa do Professor, a SEMED e ao Complexo Esportivo Waldir Sorriso em Parauapebas, além da viagem às cidades de Marabá e Canaã dos Carajás.
Agora estão previstas mais duas viagens, a depender das autorizações obtidas junto a Vale. A próxima deve ser agora em agosto.
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
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