sexta-feira, 29 de maio de 2009

Metodologia: Pesquisa de Campo_Roteiro de Diálogo

Embora vá abordar as pessoas diretamente envolvidas com alguns dos projetos de RSE da Vale, a idéia é tentar estabelecer um diálogo com as pessoas, que direta ou indiretamente envolvidas com eles, possam expressar um opinião representativa dos grupos aos quais pertencem.

Grupos importantes para pesquisa: funcionários, terceirizados, poder público, ONGs, movimentos sociais organizados e comunidades impactadas.

Projetos da Vale possiveis de serem pesquisados:
Sociais:
· Escola que Vale (Parauapebas)
· Educação nos Trilhos (Marabá, Parauapebas, Açailândia, Santa Inês, São Luis)
· Vale Juventude (Marabá e Parauapebas)
· Vale Alfabetizar (Canaã, Eldorado, Marabá e Parauapebas)


Ambientais:
· Estação Conhecimento da Área de Proteção Ambiental (APA) do Igarapé Gelado
· Floresta Nacional de Carajás
· Parque Zoobotânico de Carajás

Roteiro para o encontro com os envolvidos com esses projetos:

1. Apresentação
Esse encontro é parte integrante da pesquisa de Pós Doutorado de Ma. Conceição Golobovante, realizada no âmbito da pós-graduação em desenvolvimento sustentável do trópico úmido do NAEA-UFPA, com bolsa CNPq. A pesquisadora se compromete a divulgar as informações obtidas apenas para o meio acadêmico-universitário, mantendo em sigilo o nome dos interlocutores, caso este seja o desejo deles.

Interlocutor:
Nome:
Grau de Instrução:
Ocupação:
Idade:

Roteiro de Temas
- Amazônia
- Sustentabilidade
- Vale na Amazônia: histórico e relação
- Com qual projeto da Vale está envolvido?
- Que tipo de participação?
- O papel da comunicação nessa participação
- Opinião sobre o Projeto (conflitos e consensos)
- Sugestões

Metodologia: Pesquisa de Campo

A parte mais "empírica" se constitui basicamente de 4 procedimentos:

1 - Participação de eventos relacionados ao tema da pesquisa, dentre os quais eu destaco o Forum Social Mundial (realizado em janeiro em Belém), II Forum de Comunicação e Sustentabilidade (Maio em SP) e Intercom Sudeste (maio no RJ);

2 - Entrevistas realizadas com pessoas ligadas a Comunicação e/ou a Vale (fase incial, na qual eu destaco as entrevistas realizadas com o publicitário Pedro Galvão e com o jornalista Lucio Flavio Pinto).

3 - Viagens e permanência na região de Carajás, cidade de Parauapebas e serra. Essas viagens ainda não foram realizadas devido o excesso de chuvas na região. Esse contratempo meteorológico me fez rever as projeções da pesquisa, reduzindo de 4 para 3 visitas, segundo o cronograma que apresento a seguir. Na primeira viagem, observação etnográfica, reconhecimento de campo e primeiros contatos com os líderes e representantes da comunidade. Nas segunda e terceira, já com a permissão da cia., entrar na mina e poder entrevistar funcionários, terceirizados, representantes do poder público, líderes locais e comunidades envolvidas com os projetos de sustentabilidade, com vistas a elaborar o relatório final da pesquisa. Como a pesquisa não será quantitativa, não haverá um questionário formal a ser respondido. A proposta é a de um roteiro de diálogo, que abordará 3 tópicos para os entrevistados: Amazônia, Sustentabildiade e qual Solução eles propõem para os conflitos;

4 - Criação e manutenção deste blog, que relata informalmente o trajeto da pesquisa.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Metodologia: Referências Teóricas

O excesso de chuvas neste periodo de janeiro a junho deslocou o foco incial da pesquisa da experiência no campo (no caso Parauapebas e adjacências) para o processo investigativo e reflexivo.

Embora considere que na pesquisa-ação, como se pretende este estágio de pós-doc, não haja uma separação nítida entre as pesquisas teórica e empírica, faz-se necessário organizar o pensamento nos seguintes termos:

Metodologia Teórica e Investigativa

Período da Pesquisa: Janeiro a Maio de 2009.
Localização da Pesquisa: cidade de Belém (biblioteca do NAEA)

Dois procedimentos básicos, um de caráter investigativo e outro de caráter reflexivo:

1- Pesquisa multidirecional por meio de busca, leitura, acompanhamento e clippagem on-line de todo material referente a Vale: noticias, publicidade (anúncios impressos, material audiovisual etc), assessoria de imprensa, mídia espontânea etc. Fontes: site institucional da Vale, Folha SP, Estadao SP, Globo RJ, JB RJ, portal ORM (PA), Diário do Pará, além de blogs e sites indicados nos sistemas de busca.

2- Leitura de artigos, livros, dissertaçõe s teses, sobretudo do conhecimento produzido no âmbito da Pós Graduação do NAEA.

Referências mais importantes.

a) Quanto as reflexões conceituais acerca dos temas da Comunicação, Esfera Pública, Mídia, Opinião, Propaganda, Persuasão e afins:

- Livros de Manuel Dutra, Dominique Wolton, Jurgen Habermas e Hannah Arendt (incluindo alguns comentadores dela como Celso Lafer e Wolfgang Heuer).

- Artigos dos congressos INTERCOM, COMPOS, além de publicações referências da área como E-Compós e Revistas da ESPM e FGV.

b) Quanto aos temas do desenvolvimento sustentável e da RS das empresas:

- Artigo e livros de Ma Celia Paoli, Ladislau Dowbor, Milton Santos e Ignacy Sachs

- Artigos dos congressos ligados a Sustentabilidade, além do acompanhamento das atividades, discussões e produção do GVces - Centro de estudo da Sustentabilidade da FGV-SP e do periódico Página 22.

- Leitura dos relatórios de sustentabilidade de empresas consideradas referência na área como Natura, Banco Real e Bradesco (no Brasil), de da Vodafone e da Bayer (em nivel global).

- Teses e Dissertações NAEA: Neusa Pressler, Ana Pimenta, Rosane Steinbrenner

c) Sobre a Vale, e as questões da mineração na Amazônia:

- Acompanhamento diário dos sites da Vale, do SBB (Steel Business Briefing), MMN (Ministério das Minas e Energias), SEDECT (Sec. Estadual de Desenv. C&T), FIEPA e FIRJAN (Fed. Ind. PA e RJ), IBREM (Instituto Brasileiro de Mineração), no sentido de mapear informações e opiniões sobre as tendências e os impactos do negócio da mineração na região sudeste do Pará;

- Bibliografia: Bertha Becker, Edna Castro e Maria Celia Coelho

- Produção científica do NAEA: anais de encontros Amazônia e Fronteiras do Conhecimento, teses de M. Abreu, W. Glary, M. Arbage Lobo. Monografia de Elis Miranda.

- Primeiro EIA elaborado pela Cia. em 1985 sobre a Estrada de Ferro Carajás e Relatório de Sustentabilidade GRI3 de 2007.

- Todas as reportagens, vídeos, relatórios, artigos, teses, dissertações e material de comunicação institucional e promocional já lidos, vistos e catalogados sobre a cia. desde janeiro 2009.

- Livros e reportagens do jornalista Lucio Flavio Pinto.

terça-feira, 26 de maio de 2009

O resumo inicial, do projeto aprovado pelo CNPq

Título do Projeto:
A comunicação da responsabilidade socioambiental da Cia. Vale: do discurso midiático às práticas negociadas.

Local: cidade de Parauapebas, Estado do Pará – Amazônia


Resumo
Neste projeto buscar-se-á pesquisar em que medida as ações de Responsabilidade Socioambiental da Cia. Vale resumem-se ao discurso midiático ou se configuram, de fato, em intervenções que têm impactado e resignificado as relações empresa-sociedade, provocando uma lógica diferente da apropriação predatória que sempre norteou a ocupação do território amazônico. É sabido que a incorporação de práticas social e ambientalmente responsáveis pelas empresas não deslocou o foco das corporações do que sempre foi seu objetivo primeiro: o lucro financeiro. Antes, pelo contrário. No momento atual, percebe-se duas vogas que orientam decisivamente o movimento do capital global em relação a Amazônia: de locus infinito de exploração de riquezas (extrativismo de matéria prima) a floresta preservada passa a ser um ativo financeiro valorizado, e potencial fonte de lucro. Somado a isso, a cobertura midiática internacional influencia a opinião pública que pressiona empresas, governos e instituições a posturas mais responsáveis em relação a questão social e ambiental. As ações de responsabilidade passam então a ser valorizadas pelo capital financeiro internacional, e as corporações capitalistas são pressionadas a incorporarem os relatórios de sustentabilidade (orientados/certificados por instituições como GRI, ISO, Ethos, IBASE etc) em suas práticas cotidianas, o que exige das empresas mais transparência e abertura ao diálogo com todos os grupos impactados pelas suas atividades. A relação Capital-Amazônia-Comunicação envolve, assim, questões complexas e amplas que, no entanto, podem ser captadas por um ponto emblemático: a intervenção concreta das práticas socioambientais dessas empresas. Daí a necessidade de focar a investigação neste debate/conflito: mapear as intencionalidades, discussões e decisões que geram práticas negociadas e seus efeitos no habitat amazônico pelo viés das ciências da comunicação.

Palavras-Chave
Amazônia, Responsabilidade Social Empresarial (RSE), Comunicação, Mídia, Sustentabilidade