quinta-feira, 9 de julho de 2009

quarta-feira, 8 de julho de 2009

O que muda com a Pesquisa de Campo ? (Decifra-me ou eu mesma me devoro)

Acho q todo pesquisador já passou por isso. Um belo dia ele acorda com uma idéia e decide fazer um projeto de pesquisa. É provável que inconscientemente ele tenha maturado essa idéia por muito tempo. Define o tema e parte para a escritura dos objetivos, metodologias, justificativas, referências etc. Arma tudo direitinho, põe no papel, encontra um orientador que tope, acha um abrigo institucional (diga-se um programa de pós-graduação) e, quando tem sorte, consegue uma bolsa. Que felicidade!!! Sair do masmorra do trabalho controlado e poder pensar - além de ser pago por isso. Mas a alegria não dura muito, pois a partir do dia que o sujeito se atrela, junto com a alegria, vem duas assombrações de meter medo no mais cético dos ateus: o prazo e as exigências. E se o projeto prevê pesquisa de campo (no sentido mais empírico que esse termo possa ter) e ainda for da área de Humanas, aí é que a tarefa ganha muito em emoção. Pelo menos na área da comunicação, é utópico (pra não dizer balalea) essa coisa da observação isenta e distanciada. Mais do que cabeça, acho que o pesquisador precisa ter coração. Não é fácil sair do conforto (inclusive térmico) da biblioteca, para enfrentar estradas péssimas, temperaturas de mais de 40 graus, poeira, falta de conforto e insegurança. Por isso acho que o campo é o maior dos desafios. Ali, tudo o que se escreveu no papel, perde o sentido. E aquela idéia que achávamos maravilhosa quando acordamos naquele bendito dia, de repente se torna inócua. A realidade é e sempre será maior do que qualquer pesquisa - ainda bem. E no entanto, por mais sofrida que seja, é dela que vem toda a adrenalina e o risco maior é que nós, ao voltarmos para a nossa confortável biblioteca, não sejamos capazes de traduzir, minimamente que seja, a riqueza do visto e vivido, seja na folha de papel, seja num produto final multimidiático. Depois de sentir o calor e a poeira nas entranhas, olhar nos olhos das pessoas, chegar aos confins da Amazônia, de ver o monstro que é o Brasil real de frente, me pergunto se serei capaz (?) e se esta pesquisa será concluída com a dignidade necessária (?). A Amazônia, me disse um entrevistado, é uma esfinge às avessas, que parece desafiar o pesquisador ao dizer-lhe, entre irônica e sedutora - Decifra-me ou Devoro-me.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

A Viagem de Volta a Belém



A viagem de volta foi mais rápida do que a ida. Saimos por volta das 6h30 da manhã de Parauapebas e chegamos às 16h30 em Belém. Foram 10 h de viagem passando por Marabá (o pior trecho), Jacundá, Goaianésia, Vila Aparecida, Tailândia e as entradas das cidades de Moju, Abaetetuba e Barcarena. Para mim, que fiz pela primeira vez esse caminho, achei a estrada mais rápida do que a da Belém Brasilia e a PA via Rondon. Passar pelas pontes da Alça Viária é realmente uma experiência (foto acima) Abastecemos em Marabá, Jacundá (onde almoçamos) e tb em Tailândia. Vim dirigindo direto e, mesmo cansada, cheguei bem. Agora é tentar retomar a pesquisa e pôr no papel todo o visto e vivido.