sexta-feira, 24 de abril de 2009

Abril Abril

Minha rotina na biblioteca do NAEA continuou. Tentei me aprofundar nos textos do Habermas, Mudança Estrutural na Esfera Pública (que já tinha lido e usado na minha tese de doutorado), e nos 2 volumes da Teoria da Ação Comunictiva, que aqui só tem em inglês. Tudo bem porque ler em inglês não é tão dificil, mas é que o Habermas é complexo em qualquer língua. Não li tudo linearmente, mas me detive no que me interessa mais diretamente, que é o conceito de opinião e das relações entre espaço público, opinião e comunicação. Super interessante é o capitulo dedicado ao Talcott Parsons e sua teoria dos sistemas. O problema é que não há muita coisa do Parsons publicada ou acessível por aqui. Mas para complicar um pouco, tive dois pequenos acidentes e um fato bem desagradável nesse mês. Um dedo apertado na porta do carro e um dente extraído depois, achava q tudo iria melhorar quando no feriado de Tiradentes, fui vítima de um assalto a mão armada em Mosqueiro, uma ilha perto de Belém. Três sujeitos entraram na casa onde estávamos por volta das 21h, colocaram armas em nossas cabeças e levaram meu notebook, câmera digital e celular. Ainda bem que havia feito um backup da pesquisa três dias antes. Agradeço a Deus e a Sta Rita por eu e meus amigos estarmos vivos e pelo backup. Agora, esta pesquisa, mesmo com tudo o que já aconteceu, continuará. De um jeito ou de outro.

Março_Começar de novo

Como a UFPa só voltou a funcionar normalmente em março, no dia 09 pude finalmente encontrar mais formalmente a minha supervisora, a profa. dra. Edna Castro (antes tínhamos mantido contato por email). Tivemos um encontro rápido para que ela formalizasse meu estágio de pós-doc na reunião da congregação do NAEA - Núcleo de Altos Estudos Amazônicos. Então, se janeiro e fevereiro foram meses de adaptação e estruturação de um ambiente de trabalho, em março foi quando a pesquisa entrou na rotina pela ida e permanência na biblioteca do NAEA. Como no estágio de pós-doutorado você tem mais liberdade, confesso minha alegria em poder estar aqui, nesta biblioteca, onde já levantei todas as dissertações, teses e monografia defendidas que tem a ver com minha pesquisa, além de livros e periódicos. Duas dessas referências foram muito importantes, as dissertações da Ana Pimenta sobre o Marketing Verde da madereira Cikel e o da Neusa Pressler sobre as Ações de RSE das subsidiárias da Vale (Albrás-Alunorte-Pará Pigmentos).
Relendo meu projeto enviado a Edna e ao CNPq em maio de 2008, não gostei nada nada do que escrevi. Estou repensando quase tudo.
Em março eu também entrevistei o jornalista Lucio Flavio Pinto, o ex-terceirizado da Vale em Parauapebas Cristiano Moraes, e a publicitária Angela Naiff.

Águas de Março


Gente, nem acreditei quando vi este anúncio da Vale nos jornais daqui, O Liberal e Diário do Pará. Tudo a ver com a minha pesquisa. Desculpe se ele está meio fora proporção mas foi a própria configuração do blog que mexeu. Aqui achei que minha pesquisa fosse deslanchar.
Mas março também foi o mês da formatura em direito de meu sobrinho Rafael, para a qual minha familia se mobilizava. Em Belém, uma colação em direito no Hangar tem um valor social quase sagrado. Eu, de minha parte, estava feliz por ele e porque minha irmã viria com seu marido e sogra dos EUA, onde vivem. Então, até o dia 11 de março, estive por conta da familia. Aí, no dia 9 minha internet da claro pifou e foi um balde de água fria pois ficar aqui sem net foi e ainda está sendo um exercicio. Isso me levou a vir direto pra UFPA (q finalmente retomou suas atividades), onde pude começar a frequentar a biblitoeca do NAEA. E no dia 14, sofri uma queda na escada e bati forte as costas, o que me deixou alguns dias com muita dor. Na pesquisa, continuei a acompanhar o que saia na midia sobre a Vale, as próprias news da Cia. (via site deles) e voltei a ler alguns de meus autores basilares: Arendt, Habermas, Paoli. Mas tudo muito fragmentado. E haja chuva por aqui.

Fevereiro_ Aqui e Ali

A ressaca do Forum, por tanto visto e vivido, durou quase uma semana. Parecia que a gente, eu e Izabel (minha amiga historiadora de São Paulo) tínhamos vivido um sonho. Mas a boa notícia veio no último dia: chegou finalmente o meu carro. E nesse meio tempo, também consegui a primeira entrevista da pesquisa: com o Pedro Galvão, da agência que atende a Vale na região Norte.
Depois foi meu aniversário, não comemorado pois caiu numa 2a, e na 3a já viajei para São Paulo. Passei 3 dias bem corridos em SP, mas foi ótimo reencontrar o Silvio e meus amigos da PUC, da BA e os meninos do Publizität. Depois fui para o Rio encontrar meu tio e meu sobrinho com sua namorada. Foi um carnaval tranquilo, mas não deu para eu ir a GV (uma das melhores bibliotecas onde já estive no Brasil) pois estava tudo fechado por conta do feriado. Tentei também a FIRJAN, pois queria conseguir uma entrevista com o Eliezer Batista, mas soube que ele não dá mais entrevistas. A pesquisa andou a passos de cágado... mas ainda com internet, consegui fechar o histórico da Vale e também a importância da figura do Eliezer Batista na trajetória da Cia. Leituras teóricas apenas esparsas e sem muita disciplina.

O Forum Social Mundial em Belém

Ter participado do FSM foi uma das maiores experiência de minha vida. Insisto nisso porque ver o encontro de milhares de pessoas com diferentes culturas, religiões, línguas, origens e perceber a capacidade que temos de nos comunicar quando realmente queremos foi uma sensação única de vida activa no sentido harendtiano mesmo. Em especial, destaco a presença do ministro do Meio Ambiente Carlos Minc no debate sobre os impactos dos projetos da Vale em Barcarena (Albrás-Alunorte), e a passeata de abertura, que reuniu mais de 200 mil pessoas nas ruas de Belém.
Para a pesquisa, foi fantástico também porque pude acompanhar todos os discursos, manifestações e mobilizações contra a Vale, além de identificar as opiniões dos representantes do Poder Público, dos Movimentos Sociais e das ONGs em relação a Cia. Foi especialmente enriquecedor ver a mobilização do movimento Justiça nos Trilhos. Como peguei bastante material, acho que alguns deles serão usados diretamente na pesquisa.

Vésperas do Forum

Uma semana antes do FSM, decidi ir para casa de minha tia Mindoca, na localidade Brasileira, que fica a uns 40 km do município de Mãe do Rio. Um lugar que adoro ir e ficar, mas foi quando tive meu primeiro problema de saúde por aqui. Voltei mal pra Belém e descobriram uma infecção urinária, que me deixou mais de uma semana de molho. Essa infecção quase me tira da passeata de abertura do Forum, mas ainda bem que deu pra ir. Devagar e sempre.

Janeiro, a chegada - parte II

Cheguei a Belém em 05 de janeiro. Foi um mês atípico pois estava sem carro, a universidade estava fechada por conta dos preparativos do Forum Social Mundial e eu estava ainda em fase de adaptação a uma nova rotina. O fato de ficar sem carro e o excesso de chuva limitaram muito meu acesso a algumas coisas. Aproveitei então para fazer uma pequena reforma em casa e no meu quarto. Foi um mês em que a iternet da claro me ajudou muito a me manter conectada e pegar as primeiras informações da Vale. Levantei o histórico e também comecei a pesquisar o que saia na midia sobre a cia. Até a véspera, nem parecia que Belém receberia o Forum.

Janeiro, a chegada. Alter do Chão, o achado.

A mudança de São Paulo para Belém teve uma parada estratégica em Alter do Chão, para a passagem do Reveillon. Agora escolhida pelo The Guardian inglês como a melhor praia do Brasil, realmente é um dos lugares mais incriveis que já conheci. A foto de cima é da ilha que surge em frente a vila, na época do verão.