terça-feira, 29 de setembro de 2009

Os desafios da pesquisa de campo

O maior desafio que tenho enfrentado na pesquisa de campo não são a distância de Parauapebas em relação a Belém, as más condições das estradas, o desconforto do desconhecido, ou mesmo a dificuldade em conseguir contactar as pessoas e agendar as entrevistas. Diria que a maior dificuldade reside em encontrar o viés correto, o posicionamento que não crie expectativas equivocadas junto aos entrevistados com relação a pesquisa. Como não acredito na neutralidade nem na total isenção do pesquisador, e ao já ter conversado com inúmeras pessoas, de diferentes origens sociais, representações institucionais e posicionamentos políticos, tenho me movido por uma linha tênue e extremamente difícil de opiniões muito divergentes a respeito da mesma situação. Acho q vim mexer em casa de marimbondo e a chance de sair machucada disso é grande. Por nunca ter me filiado a partidos políticos ou grupos institucionalizados dentro ou fora da universidade, hoje me questiono se o preço a pagar por tanta independência não será alto demais. Apenas uma coisa vai ficando clara para mim. Sobre o tema de minha pesquisa, não há uma única e pura verdade. Há os fatos, mas mesmo esses não deixam de ser uma construção signica, uma representação social - daí certa desconfiança minha com a estatística. Percebo que o caminho da razoabilidade, que entendo como a racionalidade com bom senso, pode ser a minha única chance de realizar uma pesquisa não dogmática ou ideologizada. Como espero terminar o campo até quinta no máxima, espero ter essas questões mais claras no próximo post.