domingo, 7 de junho de 2009

Sobre o texto de M. C.Paoli, Empresas e Responsabilidade Social: os enredamentos da cidadania no Brasil

PARTE 1

Essse artigo da Maria Célia Paoli, da pós em Sociologia da USP é uma das minhas bases de apoio. Sobretudo pelo seu objetivo explícito: "avaliar os potenciais contra-hegemônicos da ação empresarial filantrópica remetido à idéia da recuperação do sentido político e público que Hannah Arendt sumarizou na idéia do agir político para um 'mundo comum'".

Os dois espaços que implicam essas ações:
1. "o espaço de origem da ação: o mundo empresarial"
2. "o espaço da política e da sociabilidade que ela cria, ou seja, a ampliação (ou anulação) da consciência e prática de direitos de cidadania"

"Desde os anos 1980, a palavra "cidadania", circulando como linguagem conotativa de civilidade e integração social, e portanto aparecendo como uma alternativa de segurança e ordem incapaz de ser fornecida pelos tradicionais modos autoritários e policiais de agir e de pensar sobre os problemas, gerou na opinião pública uma demanda por responsabilidade apenas secundariamente dirigida ao governo. De fato, esta demanda foi capturada através do apelo ao ativismo social voluntário da população, e a palavra "solidariedade" tornou-se, no senso comum, a disposição altruista voluntária de um indivíduo, uma organização ou uma empresa, um quase sinônimo de cidadania".

"Isso se dá no momento em que os governos dos anos 90 eram impelidos, pelo modelo econômico neoliberal adotado, a livrar-se do investimento em obrigações públicas de proteção e garantis eficazes dos direitos sociais."

"Desse quadro surge a assim chamada "sociedade civil" que, primeiramente através de movimentos sociais autônomos e politizados, e depois de organizações não-governamentais profissionalizadas, deslocou o ativismo político pela cidadania e justiça social para o ativismo civil voltado para a solidariedade. Se o caminho aberto pelos movimentos sociais era fortemente politizadoe implicava a demanda direta da população carente organizada por bens públicos, o caminho das ONGs opta por representar as demandas populares em negociações pragmáticas, tenicamente formuladas, com o sgovernos, dispensando a base ampliada da participação popular".

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