Depois de 10 meses direto em Belém e interior do Pará realizando a pesquisa de campo, chega a hora de retornar a São Paulo. Sair do umbigo revivido do convívio com a familia, do reencontro com os lugares da memória, os amigos de infância e do calor úmido tão conhecidos, para voltar a selva do concreto sempre desconhecida para um estrangeiro e para seus fluxos vertiginosos me faz lembrar o flâneur baudelairiano às avessas.
Me dá um misto de vazio e ansiedade pelo que virá. No fundo sei que todo meu corpo sente a mudança e tenta se readaptar. Sinto meu coração se acelerar, a respiração mais ofegante, a mão mais ágil e trêmula. Em 24 h, o corpo todo parece acelerar depois da hibernação amazônica. Tudo o que vi e vivi lá de repente assume outro contexto aqui. E sei que esse distanciamento é necessário para eu poder escrever com a máxima independência possivel.
Fui me despedindo aos poucos, e corooei esse tempo com a participação no Cirio, que é uma experiência que vai muito além da religião. Foi como tomar um choque de energia emanada daquelas 2 milhões de pessoas. Agora é voltar para a terra de quase 20 milhões de pessoas e tentar reencontrar meu lugar aqui. Devo voltar ainda a Belém e talvez a Parauapebas, de passagem, pois ainda há dados a recolher.
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Que bom que a teremos de volta!!! Com certeza ficaremos todos felizes em recebê-la novamente. Que sua experiência aí possa ser valida, pois aqui já sentimos sua falta em vários sentidos, no diálogo sempre amigo com os alunos principalmente.
ResponderExcluirOlá,
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