sexta-feira, 31 de julho de 2009

As instituições não podem ser maiores do que as pessoas

Há muito tempo venho tendo experiências nada positivas no embate com algumas instituições. E tudo porque ouso questionar algumas frases que me são ditas assim, como se nada fossem: "a culpa é do sistema", "essas são as regras" ou "não é possivel fazer nada porque o sistema não deixa". Ou seja, esse sr. onipresente, o "sistema" é uma construção humana de burocratas e técnicos em informática que são capazes de crueldades aberrantes porque simplesmente "seguem as regras" e esmagam os homens. Estou desde o dia 15 de junho às voltas com o sistema do CNPq, que insistia em simplesmente não abrir o formulário para que eu enviasse o relatório da pesquisa. Depois de 45 dias vivendo um processo kafkiano com a burocracia estatal de Brasilia, entre emails e telefonemas, hoje, finalmente a porta do paraiso abriu e pude vislumbrar um resto de luz no fim do tunel. Resto porque a atendente, embora sempre solícita, foi capaz de me dizer q aquele formulário sempre esteve lá - desde quando??? Por que ninguém me avisou??? sou obrigada a conhecer toda a arquitetura do site do CNPq??? - e eu devia me dar por satisfeita porque justamente hoje, último dia para enviar o fromulário, o sistema se dignou a abrir. Minha alegria durou pouco: logo ao entrar, percebi que os dados de minha bolsa estavam errados, com dados desatualizados e, sobre os quais, eu já havia alertado o CNPq havia mais de 5 meses. Ou seja, se pecado cometi, foi porque alterei as datas de início e término da bolsa. Mas será que alguém no CNPq quer saber porque fiz isso??? Eles querem saber se tenho vínculo empregatício com uma das maiores instituições educacionais deste país, que é a PUC-SP, e que portanto, tenho que obedecer aos trâmites de liberação de licença dela, antes de qualquer decisão psssoal? Pois é, este motivo que ninguém quer saber, acabou gerando niveis de perda de tempo, nervosismo, apreensão e ansiedade que não fizeram nada bem à saúde de alguém que, se cometeu outro pecado, foi o de querer pesquisar em um rincão deste país, onde o poder público chega precariamente. Ali, há muitas formas de pobreza e de injustiça, mas agora, sendo vítima da perversidade sem autoria ou cara das instituições, me pergunto se as populações mais carentes deste país não preferem mesmo a informalidade como forma de escapar a esse controle que subjuga o humano ao nivelar todos por baixo. O apelo anarquista me seduz nesse momento, mas continuo acreditatndo que também não é o caso. A diferença, dentro e fora das instituições, é e será sempre a mesma: o homem. As regras e poderes engendrados pelas instituições são necessários para a organização da sociedade, mas a forma como eles são exercidos é que faz a diferença. Pois se alguém ali no CNPq tivesse tido um mínimo de boa vontde, eu não teria mais um caso a relatar aqui.

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