sexta-feira, 18 de setembro de 2009
A chegada do trem da Vale
Entre ontem e hoje, exatamente a meia noite, onde eu estava? Esperando o trem da Vale chegar à estação ferroviária de Parauapebas. Eu e meus fiéis escudeiros, Cristiane e Isaias, estávamos com máquinas em punho para registrar esse momento. E a meia noite em ponto o bicho apontou com sua lanterna redonda e seu som característico - Peeeemmmm!
A estação está lotada de pessoas esperando. No estacionamento muitos carros e vans, inclusive um ônibus de grande porte da Transbrasiliana que levaria os seus passageiros para a Serra. Aos poucos os passageiros começam a descer, e e a fila vai adensando e vai crescendo, vai crescendo e é dificil não imaginar para onde toda aquela gente vai. Chegam muitas familias que não parecem migrantes mas pessoas que vieram visitar parentes, mas há tb muitos homens desacompanhados e esses sim, parecem ter vindo em busca de emprego e vida nova. Começa a gritaria dos meninos das vans, que berram seus destinos e tentam arrebanhar o máximo de clientes possiveis. E pelo número de vans que iam para Canaã, percebe-se que agora é para lá que se dirige esse fluxo migratório.
De onde essas pessoas vem? Para onde vão? Quem são elas? Quais história de vida por ali passaram? Foi uma experiência impactante ver esse desembarque e perceber que, em menos de 20 minutos, a estação já estava quase vazia, de volta ao silêncio da espera pelo próximo trem. Tudo muito rápido, como funcionam as coisas por aqui: o tempo de Parauapebas, em sua velocidade nervosa, me faz questionar se realmente vi e vivi aquilo ou foi apenas um sonho de uma noite estrelada.
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Cena clássica das regiões de fronteira, não Con?
ResponderExcluirEssa imobilidade, essa infixedez, é característica. E isso se reflete na paisagem, sempre provisória...
Bj
Só Jesus Salva!
ResponderExcluirCon, qual a taxa de imigrantes em Pebas? Deve ser altíssimo. No sudeste e noroeste do Pará há muitas cidades de forasteiros. Uma parte fica e a outra segue em frente, uma população que flutua...
Mas isso vem mudando, eu creio, com execeção dessas zonas mais nervosas como Parauapebas, onde os "grandes projetos" ainda arrastam multidões.
Bj, Izabel
Con, descobri pelo Publizitat esse seu outro blog. Se não for incomodo, vou acompanhar também.
ResponderExcluirBeijo e bons ventos por ai.
Olá, Conceição! Também descobri seu blog pelo Publizität, só que vendo no Google Analytics de onde vinham as visitas para o blog. Belo trabalho!
ResponderExcluirKeep blogging.